Mudou-se o capital de uma empresa portuguesa para a Holanda e foi motivo de capa de jornal, abertura de noticiários, discussões públicas e grandes intervenções políticas. Ideias revolucionárias com ameaças de mais um rol de burocracias porque têm que pagar, devem pagar!!
Utilizando este caso questiono se alguém tem pensado na movimentação do capital humano, técnico, e profissional de enfermagem que acontece diariamente neste nosso Mundo! E porquê? Porque andam os enfermeiros a investir o seu ordenado (mal pago em relação à especificidade da profissão) em escolas públicas e mesmo privadas, aumentando as receitas destes institutos de formação, para depois não serem contratados, valorizados com a mera, banal e fútil resposta de falta de capital!... Assim pegam nas suas grandes capacidades técnicas, humanas, profissionais e científicas e seguem rumo a países que pagam o valor do que fazem e que utilizam os grandes recursos de cada enfermeiro em prol da melhoria dos cuidados de saúde.
Em Portugal há de facto Poupança de Janeiro a Janeiro e lá vão os enfermeiros de um lado para o outro, contribuindo forçosamente para a diminuição do rácio enfermeiro/doente com consequente diminuição da quantidade e qualidade dos cuidados de saúde!!
Vai o capital do Pingo Doce para a Holanda e todos reclamam! Vai o capital dos enfermeiros por este Mundo a fora e ninguém fala...Nem a Ordem fantasma que anuncia aos quatro ventos tantas promessas que possivelmente vão com o vento, aparece e luta por manter em Portugal este capital tão necessário, tão fulcral à melhoria dos cuidados de saúde, para a sua equidade, sua disponibilidade e acessibilidade.
E os utentes? Pediram para terem promoções dos enfermeiros anualmente? Têm outros supermercados de enfermagem, caso decidam boicotar o existente e cada vez mais desfalcado? Vai a Ordem anunciar decretos, sem talões e cartões, para garantir a permanência dos seus enfermeiros neste País?
Até quando serão obrigados a "fugir" os nossos enfermeiros de um país em promoção?
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